Um feixe de luz branca representa o 1; ao decompor-se, dá o 7, as sete cores. Não é extraordinário ver como desta unidade, a luz branca, nasce uma tal diversidade: o violeta, o anil, o azul, o verde, o amarelo, o laranja, o vermelho? O que é que pode, melhor do que a luz, representar esta passagem da unidade à diversidade e da diversidade à unidade? E agora observai essas cores tentando discernir onde termina o vermelho e onde começa o laranja, mostrai-me onde elas se separam, onde está a fronteira... Não a encontrareis, ela não existe. Este exemplo da luz é particularmente interessante, pois a luz é a própria substância do Universo. Essa Luz é a verdade, a verdade tem tantas cores como perspectivas dos que a descrevem, mas nenhuma é realmente errada se no fim se unirem.
Quando alguém abre a boca para dar a sua opinião, está convencido, evidentemente, de que conhece a verdade. Mas, muitas vezes, basta ver essa pessoa agir para se perceber o contrário. É o comportamento de um ser – e não as teorias e as elucubrações que ele apresenta aos outros – que revela se ele conhece a verdade. Os humanos fazem da verdade uma espécie de abstracção, facilidade e natureza humana em complicar o que é simples, mas, pelo contrário, é nas suas manifestações concretas, no seu agir, que eles mostram se se aproximam ou se se afastam dessa verdade, dessa cor branca, do 1, da unidade.
É impossível dizer-se o que é a verdade, pois ela não existe enquanto tal. Ela só existe enquanto manifestação, através do ser humano, da sabedoria e do amor. Então, há que parar de afirmar que se conhece a verdade, que se detém a verdade. Não há que afirmar nada: aquele que possui o amor e a sabedoria não necessita de dizer o que quer que seja, os seus actos falam por ele. "